Valor total de saques na poupança é o maior em 27 anos
Que estamos passando por momentos difíceis economicamente, não é mistério para ninguém. Acontece que, segundo as informações disponibilizadas pelo Banco Central, as pessoas estão sacando mais o dinheiro da poupança do que realizando depósitos.
A informação foi disponibilizada pela instituição no dia 7 de julho e realmente impressionou os economistas, visto que essa marca não havia sido registrada desde 1995, ou seja, 27 anos atrás. Vem saber mais sobre o que está acontecendo!
Valor total de saques na poupança é o maior em 27 anos
Há alguns meses, estávamos sem receber notícias sobre os dados referentes ao Banco Central, por conta da greve feita pelos servidores, mais precisamente desde março.
Contudo, como a greve chegou ao fim, novas informações foram divulgadas e conseguimos perceber uma diferença significativa entre a retirada e a entrada de dinheiro na poupança.
Segundo as informações divulgadas, a diferença entre saques e depósitos foi de R$ 50,5 bilhões de reais apenas no primeiro semestre e, mais precisamente, tivemos uma entrada de R$ 1,758 trilhão e uma saída de R$ 1,808 trilhão, o que mostra que nem os mais organizados financeiramente conseguiram manter uma parte desse dinheiro guardado.
O número supera os registrados no mesmo período de 2016 e 2015, quando os saques ultrapassaram os depósitos, em R$ 42,6 bilhões e R$ 38,5 bilhões, respectivamente. Estes valores que estão sendo apresentados são nominais, ou seja, eles não acompanham a inflação.
Possíveis motivos para a retirada do dinheiro da poupança
Como já comentamos anteriormente, existem alguns pontos que devem ser analisados quando falamos sobre essa retirada de dinheiro da poupança e, certamente, existem alguns possíveis motivos que estão sendo avaliados pelo Banco Central e também por alguns economistas para encontrar a causa principal.
O principal deles é que a retirada deste dinheiro está acompanhando a inflação no Brasil que, contando de maio de 2021 até maio de 2022, teve um crescimento de 11,73%, valor calculado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Estamos chegando ao décimo mês com a inflação anual em dois dígitos e isso se reflete não apenas no preço que observamos nas prateleiras, mas também na necessidade de os trabalhadores conseguirem dinheiro o suficiente para pagarem as suas contas e necessidades básicas, visto que o salário mínimo no Brasil não acompanhou o aumento excessivo dos preços.
Outra situação que pode explicar o aumento do uso da poupança é o aumento da Taxa Selic, que no momento se encontra em 13,25% ao ano, sendo este o maior índice desde dezembro de 2016.
Com base nisso, o rendimento da poupança está sendo de 6,17% ao ano + TR (Taxa Referencial), o que faz com que uma parte seja perdida para a inflação, o que acaba não agradando ao público.
Por conta disso, diversas pessoas que antes investiam na poupança, por ser uma forma mais segura, estão buscando outras alternativas de investimentos de renda fixa, que também são seguras, mas que acabam multiplicando o dinheiro rapidamente e, no final, oferecendo um valor muito maior.
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